Caos no trânsito de Parnaíba: reflexo de um problema muito maior.
Violência no Trânsito de Parnaíba: Reflexo de um Problema Maior
Parnaíba, um dos principais polos do litoral piauiense, sente na pele o reflexo de uma epidemia silenciosa: a violência no trânsito. Em 2023, a cidade esteve entre as quatro com maior número de acidentes na BR‑343, uma das artérias mais perigosas do Piauí . Já nos primeiros meses de 2024, a 2ª Companhia Independente de Trânsito (CITRAN) registrou 103 acidentes – 22% a mais do que nos três meses anteriores, com 27 pessoas lesionadas .
Histórias por trás das estatísticas
Cada número esconde sofrimento. Famílias que perdem motoristas jovens, ambulâncias sobrecarregadas e um sistema de saúde já no limite. A conscientização de que um celular no volante ou a pressa de cinco minutos podem custar vidas precisa reverberar nas casas parnaibanas — ainda mais no contexto de um estado que acumula quase 178 mortes no trânsito nos primeiros meses de 2025 .
É impressionante como Parnaíba parece ter aceitado a violência no trânsito como algo normal. Todo dia tem acidente, todo dia alguém se machuca, mas ninguém se move. O que mais precisa acontecer para que a Prefeitura acorde? A cidade virou um campo minado para quem anda de moto, de bicicleta ou mesmo a pé. E o pior: boa parte disso tem culpa direta do poder público.
Sinalização praticamente não existe. Basta circular por ruas movimentadas como a Tabajara, a Armando Cajubá ou até mesmo a Avenida Pinheiro Machado. Faixas apagadas, semáforos desligados ou inexistentes, cruzamentos perigosos sem nenhuma orientação. O básico não é feito. Não estamos pedindo tecnologia de ponta — estamos pedindo tinta no chão e placas que alertem o motorista. E nem isso se vê.
A solução passa por ações conjuntas. Primeiro, ampliar campanhas de educação no trânsito nas escolas e redes sociais locais, valorizando a empatia e o respeito. Segundo, intensificar blitzes – ponto também apontado no Pacto pela Redução de Mortes no Trânsito no Piauí desde 2023 . Terceiro, investir na sinalização e iluminação das vias críticas da cidade, especialmente perto de escolas e hospitais. E, por fim, oferecer cursos de pilotagem defensiva e facilitar acesso à habilitação, diminuindo o número de motoristas sem CNH.
