Acusado pela morte de cinco pessoas com baião envenenado não será preso: laudo aponta insanidade

 


Justiça, dor e espera: a longa estrada do caso dos envenenamentos em Parnaíba

O dia 30 de julho de 2025 promete ser um marco para uma das histórias mais tristes e chocantes vividas em Parnaíba. Depois de quase sete meses de angústia, a Justiça começa a ouvir os envolvidos no caso que tirou a vida de cinco pessoas de uma mesma família, vítimas de envenenamento por um prato de comida. Uma tragédia difícil de explicar, e quase impossível de esquecer.


Foi no primeiro dia do ano que tudo aconteceu. Uma refeição simples, um baião de dois, servido na casa da família no bairro João XXIII, virou símbolo de luto. Nove pessoas passaram mal, cinco morreram, entre elas, crianças, e a cidade inteira ficou em choque. Um início de ano que não trouxe promessas nem festa, só dor.


As investigações apontaram para um suspeito: Francisco de Assis Pereira da Costa, companheiro da matriarca da família. Ele não comeu a comida. A polícia diz que ele mesmo colocou o veneno, um agrotóxico altamente tóxico, proibido no país, no arroz. Frio, calculista e silencioso, segundo a acusação. Mas a história ficou ainda mais pesada quando a companheira dele, Maria dos Aflitos da Silva, foi presa sob a acusação de saber do plano e não ter feito nada para impedir. O crime, que já era doloroso, passou a ser também incompreensível.


Agora, meses depois, os dois vão sentar no banco dos réus. A audiência acontece no Fórum de Parnaíba, e os familiares esperam, com lágrimas, saudade e um cansaço que não se explica, por respostas. A defesa de Maria afirma que ela não teve participação no crime. Dizem que, no máximo, poderia ser julgada por omissão, mas que nem isso se sustenta, já que não há prova concreta de que ela soubesse de algo com antecedência. Já Francisco, tido como o autor do envenenamento, segue preso.


A Justiça vai ouvir testemunhas, analisar provas, ouvir argumentos e, com isso, começar a desenhar um possível desfecho. Mas, para quem perdeu alguém ali, principalmente para quem perdeu mais de um, não há sentença que traga paz. A maior dor está no que foi tirado, vidas, histórias, afeto.


E o tempo passou, muito tempo. Desde janeiro, os familiares convivem com a espera, com o vazio nos quartos, com os retratos nas paredes. A audiência traz alguma esperança, é verdade, de justiça, de clareza, talvez até de encerramento. Mas nenhuma decisão vai desfazer o silêncio daquelas ausências.

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