APÓS DESCUMPRIMENTO JUDICIAL, BOLSONARO PODE SER PRESO NAS PRÓXIMAS 24 HORAS

 

Imagem: TNYT.

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a testar os limites da Justiça brasileira — e, mais uma vez, encontrou em Alexandre de Moraes um obstáculo intransponível. O ministro do Supremo Tribunal Federal deu 24 horas para que a defesa de Bolsonaro explique por que ele estaria violando as medidas cautelares impostas no âmbito da investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. O recado foi direto: se não houver uma justificativa convincente, a prisão preventiva entra em cena como uma possibilidade concreta.



Essa nova escalada judicial escancara dois movimentos em choque. De um lado, o bolsonarismo tenta sustentar a narrativa de que o ex-presidente é perseguido, exibindo a tornozeleira eletrônica como troféu de resistência, enquanto discursos e vídeos seus continuam circulando pelas redes sociais — muitas vezes por aliados que agem como porta-vozes não-oficiais. Do outro, o STF reforça que as medidas cautelares não são simbólicas: qualquer descumprimento, ainda que indireto, é uma violação à Justiça.


Moraes, que já havia proibido Bolsonaro de usar redes sociais, frequentar embaixadas e manter contato com investigados, agora dá um passo adiante. Ao ver o ex-presidente se fazendo presente no ambiente digital por meio de terceiros, o ministro afirmou que isso “pode configurar burla à medida imposta” e exige explicações imediatas. O tom do despacho foi duro, com uma palavra que ressoa forte em qualquer cenário político: prisão.


E aqui vale uma reflexão: Bolsonaro parece flertar com o abismo. Mesmo com todas as limitações impostas, insiste em se manter em evidência — ainda que pelas bordas. O problema é que o Judiciário não vê mais suas ações como provocação política, mas sim como estratégias de desobediência e afronta institucional.


Se antes o ex-presidente contava com a imunidade do cargo e com a blindagem de seus apoiadores dentro do sistema, agora está isolado. Nem seus gestos teatrais, nem suas falas dúbias estão sendo toleradas. A Justiça quer fatos, não encenações.


Ao dar esse ultimato, Moraes põe Bolsonaro contra a parede: ou ele se submete plenamente às medidas impostas, ou verá a liberdade escapar — não mais como previsão ou temor, mas como consequência objetiva de seus próprios atos.


No fundo, essa é a escolha que paira sobre a cabeça de Jair Bolsonaro: continuar transformando a Justiça em palanque, ou, enfim, responder a ela com a seriedade que o momento exige. E o tempo, como sabemos, está correndo.

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