Ex servidor do INSS é apontado como um dos cabeças na fraude
![]() |
| Foto Facebook |
De acordo com a investigação, Gilson atuava na Agência da Previdência Social de Parnaíba, onde articulava a criação de segurados fictícios — muitos deles já falecidos — com o objetivo de liberar pagamentos indevidos. A maior parte das concessões fraudulentas tinha origem no Maranhão, mas era posteriormente transferida para o Piauí, onde os saques podiam ser realizados com mais facilidade. A manobra funcionava, inclusive, como uma falsa “prova de vida”.
O grupo utilizava documentos forjados, como certidões de nascimento, RGs e comprovantes de residência. Com isso, requeria a transferência dos benefícios para contas ligadas aos envolvidos no golpe, possibilitando o recebimento mensal dos valores.
Além de Gilson, que teve sua aposentadoria cassada, o TCU responsabilizou outros sete cúmplices: Felipe Oliveira de Araujo, Francisco das Chagas dos Santos, Isabel Cristina Pereira Oliveira de Sousa, Joanilda Passos do Nascimento, Jonathan Hans Silva Lima, Luiz Gonzaga Balbino de Lima e Maria do Socorro Pereira Lima. Todos foram condenados de forma solidária a devolver os valores desviados.
Segundo o acórdão, os acusados não apresentaram qualquer defesa durante o processo, o que levou o TCU a julgar as contas como irregulares. Além da devolução dos R$ 2,3 milhões, o grupo também deverá pagar multas que, somadas, ultrapassam R$ 6,6 milhões. Eles ficam ainda proibidos de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no serviço público por oito anos.
O relator do processo, ministro Walton Alencar Rodrigues, foi enfático: “As irregularidades identificadas consistiram em transferências de benefícios realizadas sem a presença dos beneficiários, estes inexistentes ou já falecidos, demandadas por intermediários, com a apresentação de documentos comprovadamente inidôneos”.
A decisão ainda permite que os valores sejam parcelados em até 36 vezes — mas o ressarcimento total deve começar no prazo de até 15 dias a partir da notificação.
O caso reforça a necessidade de reforço nos mecanismos de controle e verificação dentro do INSS. Ainda segundo o Metrópoles, o golpe só foi desvendado após cruzamento de dados e auditorias internas que detectaram inconsistências nos registros dos segurados.
