Ilusão verde do governo piauense
O governo do Piauí se apresenta como defensor do meio ambiente, celebrando obras hidrelétricas como modelos de "energia limpa e sustentável". Mas sobra discurso e falta substância. O MPF, ao pedir a anulação das licenças, sinaliza que o licenciamento não respeitou normas básicas de avaliação, transparência e participação das comunidades locais — um padrão de licenciamento "verde por fora, falho por dentro".
🧩 Falhas no licenciamento ambiental
Embora ainda não tenhamos acesso a trechos específicos da decisão, sabemos por casos semelhantes que os problemas usualmente envolvem:
Ausência de Consulta Prévia, especialmente a comunidades tradicionais: a lei exige, sobretudo Çpiã’, a realização de Consulta Prévia, Livre e Informada — nada foi dito sobre isso no relato disponível.
Estudos incompletos: sem EIA robusto, sem impacto integrado, sem análise de repercussões socioambientais — evidente ilusão de “licença leve”.
Provável direito ignorado de populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas, que poderiam ser diretamente afetadas.
Essa situação se repete em diferentes regiões do país — notórios são os casos da UHE Itapebi (BA) e da hidrovia Araguaia‑Tocantins (PA) — onde o MPF detectou licenciamento parcial, sem a necessária participação popular e estudos complementares.
⚠️ Impactos socioambientais reais
O MPF não age defensivamente por ideologia: em Itapebi, por exemplo, líderes indígenas apontaram uma série de impactos concretos — do assoreamento à diminuição da produção de alimentos, dificuldades na navegação e risco de afogamentos . Não se trata de narrativa popular, mas de evidência técnica e social reunida oficialmente.
Se o mesmo padrão ocorreu no Piauí, é possível que, sob o verniz sustentável, o licenciamento omita os efeitos ambientais e sociais reais sobre as comunidades

