Parnaíba: um nome por trás do rombo milionário no INSS

 



Se existisse um concurso para a criatividade no desvio de dinheiro público, o servidor do INSS investigado pela Polícia Federal estaria, no mínimo, entre os finalistas. Segundo a operação Culatra, deflagrada nesta terça-feira (23), o servidor público — que, ironicamente, deveria zelar pelo bom uso dos recursos — estaria por trás de um esquema que simulava benefícios previdenciários para pessoas que jamais contribuíram com a Previdência. Um “Robin Hood invertido”, que tirava dos cofres públicos para alimentar uma rede de laranjas e intermediários.


A estimativa do rombo é de pelo menos R$ 2,6 milhões. Isso mesmo: enquanto o cidadão comum enfrenta fila, perícia, contraprova e mais fila para conseguir um simples auxílio-doença, alguns sortudos do esquema conseguiam, quase como um passe de mágica, aprovações relâmpago — sem histórico de contribuição ou qualquer critério técnico.

A operação contou com apoio do Núcleo de Inteligência Previdenciária e da Polícia Federal. Celulares, documentos e até valores em espécie foram apreendidos. Mas como manda o figurino da impunidade nacional, o nome do servidor não foi revelado. Afinal, quem somos nós para atrapalhar a “honra” dos envolvidos?


Enquanto isso, aposentados de verdade seguem enfrentando pente-fino, cortes injustos e exigências burocráticas cada vez mais kafkianas. Afinal, em um sistema onde o jeitinho é regra e a honestidade virou exceção, o verdadeiro otário é quem tenta seguir o caminho certo.

Os investigadores apontam que o servidor utilizava senhas de acesso para cadastrar dados falsos e, assim, liberar benefícios indevidos. E não estava sozinho: ao que tudo indica, havia toda uma rede de “beneficiários”, muitos dos quais nem sabiam soletrar “Previdência”, mas sabiam sacar o benefício na boca do caixa.

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