Parnaíba vira polo sertanejo e Cocal vira Ibiza

 

Foto: reprodução 

Imagine uma cidade de 28 212 habitantes (IBGE 2022). Agora


pense: estradas esburacadas, unidades de saúde fraquíssimas, escolas carentes… mas com poder de bancar R$ 800 mil só para trazer o DJ Alok, além de outros R$ 650 mil para Natanzinho Lima, totalizando R$ 1,45 milhão apenas em cachês, sem contar som, luz, palco, segurança e hotelaria ‒ tudo com dinheiro público. Parece fantasia, mas é a mais pura realidade de Cocal, no Piauí  .


Mas peraí: poucos meses atrás o próprio município decretou estado de calamidade pública, pedindo socorro financeiro por causa da falta de água, saúde e infraestrutura. Agora surge com energia de sobra para contratar estrelas do showbiz... Será que o estado de emergência inclui exclamações ao vivo?  



Prioridades onde?


Cocal, com população reduzida, é emblemática de dezenas de municípios no Nordeste:


Dependem quase exclusivamente dos repasses federais, sem gerar receita.


Enfrentam carência crônica de serviços básicos como saúde e saneamento  .


Muitos servidores municipais têm pouca capacitação para requisitar verbas de apoio, agravando os déficits administrativos  .



Enquanto isso, um show de Alok pode justificar “aquecer a economia local”. Claro, porque dominar o orçamento de serviços essenciais não seria tão glamouroso quanto fazer a comunidade inteira “voar num drone” numa rave interiorana  


Parnaíba completará 181 anos em 14 de agosto de 2025, em seu feriado municipal oficial . A prefeitura já anunciou uma programação ambiciosa para celebrar a data, com shows noturnos a partir das 23h na Expoapa, parte da 3ª Feira do Agronegócio da Planície Litorânea, além de missas, cultos, desfile cívico, aulões de dança, circuitos esportivos e inaugurações de obras públicas .

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