A promessa de VLT em Parnaíba esbarra na realidade
Um VLT em Parnaíba soa quase como promessa de ficção científica. Trilhos lisos, vagões modernos, ar-condicionado, gente chegando no horário certo. Mas aí a gente olha para o que temos: ônibus que mal funcionam, paradas improvisadas sem cobertura, linhas que somem sem aviso, motoristas presos num trânsito que parece competição de quem buzina mais. A cidade mal consegue fazer o básico rodar, e querem pôr um trem leve pra deslizar?
Não é questão de ser contra progresso. O problema é pular capítulos. Parnaíba ainda está patinando em organizar o tráfego, em fazer o transporte coletivo minimamente confiável. Jogar um VLT no meio desse caos é tipo colocar lustre de cristal numa casa sem telhado: bonito na foto, mas inútil na vida real.
Se tivesse seriedade, começava pelo chão: organizar o trânsito, dar dignidade às linhas de ônibus, criar integração de verdade. Depois, aí sim, quem sabe sonhar com trilhos. Porque, do jeito que está, o VLT corre risco de virar mais um símbolo do improviso parnaibano: promessa reluzente perdida em meio ao caos da cidade.
