Piauienses esquecem que Florentino disse “sim” à PEC da Blindagem

 


Em Parnaíba, a lógica política parece ter adotado um novo lema: “bate, mas representa”. Florentino Neto, o mesmo deputado que ergueu o braço em favor da famigerada PEC da Blindagem, carinhosamente apelidada de PEC da Bandidagem pelos que ainda acreditam que política deveria rimar com ética, surge agora como o nome mais citado para deputado federal. O povo, esse ser de memória curta e coração generoso, parece disposto a perdoar até o pecado original... contanto que o pecador sorria em época de eleição.


É fascinante como o eleitor brasileiro consegue transformar o ato de ser traído em um ritual de fidelidade. Florentino vota para blindar políticos, e o povo o blinda nas urnas. É um ciclo de proteção mútua: ele garante que os de cima fiquem impunes, e os de baixo garantem que ele continue lá em cima. Uma simbiose perfeita, como cupim e madeira.


Talvez o segredo do sucesso esteja na retórica. Afinal, não há voto mais eficiente do que o que se faz com boa dicção, promessas recicladas e aquele sorriso de quem jura que “fez o que era melhor para o país”. E o eleitor, emocionado, acredita. Porque no Brasil, o voto não é um ato de consciência, é uma chance de reeleger quem nos convence de que o erro foi nosso por esperar demais.


Florentino, portanto, não é um fenômeno isolado. É apenas o espelho. Um espelho que reflete uma sociedade que aplaude o próprio algoz enquanto ele aperta o botão do “sim” para a impunidade. Se isso não é genial, é pelo menos tragicômico.

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